Nós não recuamos


No espectro político nacional existem políticos com uma imagem bem mais reaccionária, como Valentim Loureiro ou João Jardim, mas nenhum autarca nas últimas décadas, apesar do ar Armani e da lábia à Mourinho, tomou decisões tão fascizantes como fez Rui Rio (seja nos despejos contínuos nos bairros sociais do Porto, ou no Es.Col.A da Fontinha). Se emotivamente o populismo discursivo de alguns políticos nos pode irar, são as decisões políticas objectivas – que não caem do céu, mas que têm por detrás delas actos conscientes e a vontade de um homem –, que devem merecer a nossa mais resoluta resistência. Sobretudo, quando essas decisões são objectivamente antidemocráticas e fascizantes. Uma só assembleia aberta do Es.Col.A faz pela democracia o que uma década de farsa de Rui Rio fez pelo fascismo neoliberal. O que é extraordinário no Es.Col.A é existirem hoje centenas de pessoas que nunca passaram por lá e que sabem que o significado de resistir se traduz no facto de elas próprias, essas centenas de pessoas que nunca passaram por lá, já não recuarem. E esse é um dos méritos do Es.Col.A.

Vadio